29 dezembro, 2006

Composição



Na última vez que estive no estúdio com a banda (ou parte dela), acabamos conversando um pouco sobre composição, enquanto tentávamos trabalhar em cima de uma música que o Dilon, baixista, está compondo. Daí ele me perguntou: “como é o seu processo de composição?” Como acabei não respondendo na hora (pois a gravação ia começar), aproveito para responder aqui mesmo, e quem sabe, ajudar um ou outro compositor por aí.

Creio ser um compositor cristão não muito convencional. Sempre ouço ou leio que grande parte dos músicos evangélicos mais conhecidos compõe suas músicas em momentos de oração ou adoração íntima e profunda com Deus. Comigo nunca funcionou assim, o que apenas prova que Deus se manifesta a cada um Do jeito que Lhe é mais conveniente.

A forma como componho geralmente se dá das seguintes maneiras: tenho alguma idéia ao ler a Bíblia, planejo fazer algo baseado em um texto bíblico específico ou a inspiração vem de algum evento em minha vida ou ainda externo.

Ao escrever a letra da música, tenho alguns cuidados para que a idéia original seja bem transcrita para o papel. Procuro utilizar palavras que tragam novidade e que fujam, pelo menos um pouco, daquilo que tanto ouvimos em nosso meio. Se a música em questão é fruto de um texto bíblico, tento utilizar, ao máximo, elementos do próprio texto. É sempre interessante tomar bastante cuidado com as rimas (embora nem todas as minhas músicas rimem), mas, se tiver que rimar Jesus com Luz ou Cruz, não fico com remorsos.

Essa preocupação – a de tornar a idéia clara – vem do fato de que, também a música tem um caráter didático (como bem me lembrou o Nagel). A instrução e enriquecimento espiritual do cristão podem ser feitos de diversa maneiras. Há bons livros, filmes, cursos, seminários e também há boa música. Canções ricas em conteúdo bíblico e ortodoxo podem ser grande fonte de bênçãos para o povo de Deus.

Há letras que estão em constante modificação, e por isso, não as dou como finalizadas. É importante que elas agradem a nós, escritores, pois se não for assim, não seremos honestos com nosso trabalho, e nem excelentes no serviço de Deus. Se pode melhor, o faça. Se estiver “intocável”, deixe como está. Eu costumo andar com um bloco de notas sempre que vou para algum lugar, assim, posso trabalhar nas idéias em andamento ou, se novas idéias surgirem, tenho como registrá-las. Só passo as letras para o computador no momento em que estiverem definidas.

Tenho o costume, também, de apresentar as minhas letras a algumas pessoas antes de levá-las à banda. Em geral, são pessoas que poderão dar toques e dicas quanto ao português e quanto à teologia. Não importa o quanto sabemos do assunto tratado, às vezes, uma linha mal redigida pode levar outros a entenderem a idéia de forma errada.

Dificilmente eu tenho uma idéia para alguma letra sem que a harmonia e a melodia surjam. Como na maioria das vezes estou com o violão do meu lado, acabo pegando e tentando adaptar o que escrevi a uma seqüência de acordes básica. Aqui a coisa fica um pouco mais complicada, pois é necessário criar algo totalmente diferente de todas as músicas que você já compôs e ainda das músicas que você já ouviu. Na tentativa de chegar a esse “algo novo”, eu faço duas coisas que, na verdade, são bem estúpidas, mas ajudam a não ser repetitivo: em primeiro lugar, começo a trabalhar em uma tonalidade na qual eu ainda não tenha escrito nada ou, se já escrevi, procuro variar no restante da harmonia. Em segundo lugar, começo a compor já com o Capotraste, conseguindo assim uma sonoridade diferente da habitual.

Nesse momento, pode ser que você julgue necessário realizar algumas modificações na letra para melhor adaptação métrica da mesma. Não fique preocupado, e encare isso como um desafio. Na verdade, poucas vezes eu pude deixar a letra como estava na primeira versão, mesmo que a mesma já tivesse melodia e harmonia prontas. Uma boa métrica ajuda a canção a ser mais “cantável” e portanto, mas assimilável. Tenha sempre isso em mente.

Talvez eu tenha mais a dizer sobre isso um outro dia, mas no momento, essas são, basicamente, as formas pelas quais inicio meu processo de composição.

Um grande abraço a todos.

Eduardo Mano

27 dezembro, 2006

Gravação – 4º Dia


Fabiano e toda sua ira.

Ontem foi um dia razoável. Tivemos alguns problemas, mas foi um dia interessante.

A gravação estava agendada para as 18hs. Por volta de 11 da manhã, recebi uma ligação do dono do estúdio dizendo que eles estava tendo problemas com o computador, o que me deixou um pouco preocupado. Daí, por volta de 16hs, liguei novamente, e estava tudo certo.

Até chegarmos no estúdio.

A gravação que estava marcada para as 18hs começou apenas às 21hs... não conseguimos fazer mais que 2 músicas, mas deu pra fechar bem. Mas o tempo que passamos serviu para conversarmos, e até para definirmos um outro rumo para o trabalho.

Decidimos por não queimar cartuchos... ou seja, voltamos ao plano inicial: gravaremos apenas 6 músicas, e talvez mais uma voz e violão. Assim ganhamos mais tempo e não nos afobamos com as novas músicas.

A verdade é que a nossa “crueza” com gravação e estúdios é grande, e isso atrapalha. Nossa inexperiência com metrônomo é um fator que complica também, uma vez que perdemos muito tempo por não encaixarmos tudo no tempo certo.

Isso me faz lembrar... ontem a gravação foi um bocado diferente. O metrônomo foi posto de lado e gravamos “ao vivo”, bateria, baixo, violão e voz. Só a bateria valeu, mas foi mais rápido assim, além de menos cansativo (a não ser pelos erros que dava no computador, ou erros nossos, o que fazia com que voltássemos). Finalizamos a bateria de O Teu Amor, Senhor e Tua Graça, Senhor.

Agora só voltamos ao estúdio depois do dia 5 de janeiro, então até lá, é tempo de orarmos e descansarmos. Esteja você também orando pela gente e pelos novos direcionamentos.

Fiquem com a Paz de nosso Senhor, Jesus Cristo.

Duda
Da esquerda para a direita: Marcelo, Dilon e Fabiano
Marcelo e Dilon, looking at some tracks

18 dezembro, 2006

Faça um favor a si mesmo 2

Veja esse vídeo e chore.



O nome do cara é Andy Mckee.

Esse é o perfil dele no site de sua gravadora, a Candy Rat.

Esse é o site oficial dele.

E aqui, você pode comprar lenços para limpar as lágrimas.

Tem outros vídeos dele no You Tube (menos o primeiro, do cara asiático). O Andy é um cara gordo, com cabelo loiro comprido ou um gordo careca de barba... são as fases dele, sabe...

Um abraço,

Duda

14 dezembro, 2006

Gravação – Third Day

(foi mal pela piadinha infame aí de cima... hehehe)

Bem, estivemos mais uma vez no estúdio, para finalizar o nosso próprio Chinese Democracy. Na verdade, nem é tanto assim, já que não estamos gravando esse CD há mais de 10 anos, nem gastamos mais de 1 milhão de dólares nessa tarefa.

Na verdade, não chegamos nem perto de 1 milhão, graças a Deus e ao Marcelo.

Era dia de bateria, e lá fomos nós, eu e Fabiano, para nossa empreitada. No caminho, ele me confidenciou que estava nervoso e eu, como bom amigo que sou, disse pra ele deixar de frescura. Brincadeira. Deus ia nos ajudar de qualquer jeito, já que se não fosse por Ele, nem no estúdio estaríamos.

Chegando lá, terminamos de ajeitar a bateria e iniciamos os trabalhos. A primeira que passamos, “Vou Levar” (ou Como Posso, como eu erradamente a chamava), ele matou em 2 takes. Muito bom pra quem tava nervoso, não é mesmo?

A segunda, “Fonte és Tu de Toda Benção”, se não me engano, ele matou em 1 take, e daí pra frente eu achava que ia ser mamão com açúcar. Mas não foi bem assim. O metrônomo faria mais uma vítima.

Assim como eu, Fabiano teve que se render ao infame poder do metrônomo em atrapalhar a nós, músicos de bom coração e boa índole. E assim, algumas viradas não caíam na cabeça do compasso, e isso foi gerando repetições (e repetições geram cansaço, que invariavelmente geram mais erros).

Chegamos a um consenso: vamos deixar o metrônomo de lado, e vamos gravar ao vivo. Por isso, em nossa próxima aventura, iremos eu, Fabs e Dilon, e gravaremos as músicas ao vivo. Portanto, bateria e baixo estarão valendo, e violão e voz não.

Fabs, parabéns. Foi 10, e se não gravamos mais, a culpa foi única e exclusiva do maldito metrônomo.

Esse disco vai sair rapidinho, vocês vão ver.

Segue algumas fotos... e em breve, vídeos!!!

Abraço,

Duda

11 dezembro, 2006

Gravação – 2º dia

Nada de novo para contar... sexta-feira no estúdio terminamos a gravação das guias, com as músicas Santifica-me, Todas as Coisas, Graça e Grande é o Teu Nome em Toda Terra.

Terça, ou seja, amanhã, iniciaremos a gravação da bateria. Fotos e notícias, só na quarta.

Forte abraço!

Duda

06 dezembro, 2006

Faça um favor a si mesmo


Você gosta de música, certo? E você provavelmente gosta de cristãos que fazem boa música, certo? Se você respondeu positivamente a ambas as perguntas, então eu suponho que você conheça Johnny Cash.

Caso eu tenha suposto erroneamente (e aí Nagel, bonito?), eis alguns links para você (no final), além de uma rápida biografia.

John R. Cash, nascido em 26 de fevereiro de 1932, foi um (senão o) grande cantor de country e rock and roll. Iniciou sua carreira em 1955 e excursionou com nomes como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Viveu entre idas e vindas com o Evangelho – foi um viciado em anfetaminas (idas) e gravou diversos discos evangélicos, alguns de maneira independente (vindas).

Teve 7 filhos, sendo 4 com sua primeira esposa, Vivian Liberto (Rosanne, Kathleen, Cindy e Tara Cash). Após o divórcio com Vivian, Cash casou-se com sua parceira de turnês June Carter, que trouxe dois filhos (de seus casamentos anteriores), Rebecca e Rozanna. Já em 1970, ambos tiveram um filho, John Carter Cash, único fruto de um casamento que durou 35 anos.

Johnny gravou mais de 100 discos ao longo de sua carreira, tornando-se o artista com o maior número de gravações.

John e sua esposa June morreram em 2003 (ela 4 meses antes dele). Ambos morreram em paz com Deus.

LINKS:

- Site oficial de Johnny Cash
- Biografia completa de Johnny Cash (em inglês)
- Biografia completa de June Carter Cash (em inglês)
- Discografia completa de Cash (em inglês)
- Filme "Walk the Line", com Joaquim Phoenix e Reese Witherspoon
- Comunidade no Orkut, 1
- Comunidade no Orkut, 2

...

Confesso que tornei-me um fã após assitir o filme Walk the Line, aqui traduzido por Johnny e June. O filme é ótimo e muito bem adaptado e atuado.

Nas comunidades do Orkut acima relacionadas dá para encontrar alguns links para download de seus discos... vale a pena dar uma olhada, em especial nos álbuns AT FOLSON PRISON (gravado DENTRO da Penitenciária Folson – o cara era macho) e My Mother’s Hymnbook (onde ele grava alguns hinos, em versões bem simples, a maioria voz e violão).

Fenomenal.

Um abraço,

Duda

PS: Ah, ele era batista.