Composição
Na última vez que estive no estúdio com a banda (ou parte dela), acabamos conversando um pouco sobre composição, enquanto tentávamos trabalhar em cima de uma música que o Dilon, baixista, está compondo. Daí ele me perguntou: “como é o seu processo de composição?” Como acabei não respondendo na hora (pois a gravação ia começar), aproveito para responder aqui mesmo, e quem sabe, ajudar um ou outro compositor por aí.
Creio ser um compositor cristão não muito convencional. Sempre ouço ou leio que grande parte dos músicos evangélicos mais conhecidos compõe suas músicas em momentos de oração ou adoração íntima e profunda com Deus. Comigo nunca funcionou assim, o que apenas prova que Deus se manifesta a cada um Do jeito que Lhe é mais conveniente.
A forma como componho geralmente se dá das seguintes maneiras: tenho alguma idéia ao ler a Bíblia, planejo fazer algo baseado em um texto bíblico específico ou a inspiração vem de algum evento em minha vida ou ainda externo.
Ao escrever a letra da música, tenho alguns cuidados para que a idéia original seja bem transcrita para o papel. Procuro utilizar palavras que tragam novidade e que fujam, pelo menos um pouco, daquilo que tanto ouvimos em nosso meio. Se a música em questão é fruto de um texto bíblico, tento utilizar, ao máximo, elementos do próprio texto. É sempre interessante tomar bastante cuidado com as rimas (embora nem todas as minhas músicas rimem), mas, se tiver que rimar Jesus com Luz ou Cruz, não fico com remorsos.
Essa preocupação – a de tornar a idéia clara – vem do fato de que, também a música tem um caráter didático (como bem me lembrou o Nagel). A instrução e enriquecimento espiritual do cristão podem ser feitos de diversa maneiras. Há bons livros, filmes, cursos, seminários e também há boa música. Canções ricas em conteúdo bíblico e ortodoxo podem ser grande fonte de bênçãos para o povo de Deus.
Há letras que estão em constante modificação, e por isso, não as dou como finalizadas. É importante que elas agradem a nós, escritores, pois se não for assim, não seremos honestos com nosso trabalho, e nem excelentes no serviço de Deus. Se pode melhor, o faça. Se estiver “intocável”, deixe como está. Eu costumo andar com um bloco de notas sempre que vou para algum lugar, assim, posso trabalhar nas idéias em andamento ou, se novas idéias surgirem, tenho como registrá-las. Só passo as letras para o computador no momento em que estiverem definidas.
Tenho o costume, também, de apresentar as minhas letras a algumas pessoas antes de levá-las à banda. Em geral, são pessoas que poderão dar toques e dicas quanto ao português e quanto à teologia. Não importa o quanto sabemos do assunto tratado, às vezes, uma linha mal redigida pode levar outros a entenderem a idéia de forma errada.
Dificilmente eu tenho uma idéia para alguma letra sem que a harmonia e a melodia surjam. Como na maioria das vezes estou com o violão do meu lado, acabo pegando e tentando adaptar o que escrevi a uma seqüência de acordes básica. Aqui a coisa fica um pouco mais complicada, pois é necessário criar algo totalmente diferente de todas as músicas que você já compôs e ainda das músicas que você já ouviu. Na tentativa de chegar a esse “algo novo”, eu faço duas coisas que, na verdade, são bem estúpidas, mas ajudam a não ser repetitivo: em primeiro lugar, começo a trabalhar em uma tonalidade na qual eu ainda não tenha escrito nada ou, se já escrevi, procuro variar no restante da harmonia. Em segundo lugar, começo a compor já com o Capotraste, conseguindo assim uma sonoridade diferente da habitual.
Nesse momento, pode ser que você julgue necessário realizar algumas modificações na letra para melhor adaptação métrica da mesma. Não fique preocupado, e encare isso como um desafio. Na verdade, poucas vezes eu pude deixar a letra como estava na primeira versão, mesmo que a mesma já tivesse melodia e harmonia prontas. Uma boa métrica ajuda a canção a ser mais “cantável” e portanto, mas assimilável. Tenha sempre isso em mente.
Talvez eu tenha mais a dizer sobre isso um outro dia, mas no momento, essas são, basicamente, as formas pelas quais inicio meu processo de composição.
Um grande abraço a todos.
Eduardo Mano
Creio ser um compositor cristão não muito convencional. Sempre ouço ou leio que grande parte dos músicos evangélicos mais conhecidos compõe suas músicas em momentos de oração ou adoração íntima e profunda com Deus. Comigo nunca funcionou assim, o que apenas prova que Deus se manifesta a cada um Do jeito que Lhe é mais conveniente.
A forma como componho geralmente se dá das seguintes maneiras: tenho alguma idéia ao ler a Bíblia, planejo fazer algo baseado em um texto bíblico específico ou a inspiração vem de algum evento em minha vida ou ainda externo.
Ao escrever a letra da música, tenho alguns cuidados para que a idéia original seja bem transcrita para o papel. Procuro utilizar palavras que tragam novidade e que fujam, pelo menos um pouco, daquilo que tanto ouvimos em nosso meio. Se a música em questão é fruto de um texto bíblico, tento utilizar, ao máximo, elementos do próprio texto. É sempre interessante tomar bastante cuidado com as rimas (embora nem todas as minhas músicas rimem), mas, se tiver que rimar Jesus com Luz ou Cruz, não fico com remorsos.
Essa preocupação – a de tornar a idéia clara – vem do fato de que, também a música tem um caráter didático (como bem me lembrou o Nagel). A instrução e enriquecimento espiritual do cristão podem ser feitos de diversa maneiras. Há bons livros, filmes, cursos, seminários e também há boa música. Canções ricas em conteúdo bíblico e ortodoxo podem ser grande fonte de bênçãos para o povo de Deus.
Há letras que estão em constante modificação, e por isso, não as dou como finalizadas. É importante que elas agradem a nós, escritores, pois se não for assim, não seremos honestos com nosso trabalho, e nem excelentes no serviço de Deus. Se pode melhor, o faça. Se estiver “intocável”, deixe como está. Eu costumo andar com um bloco de notas sempre que vou para algum lugar, assim, posso trabalhar nas idéias em andamento ou, se novas idéias surgirem, tenho como registrá-las. Só passo as letras para o computador no momento em que estiverem definidas.
Tenho o costume, também, de apresentar as minhas letras a algumas pessoas antes de levá-las à banda. Em geral, são pessoas que poderão dar toques e dicas quanto ao português e quanto à teologia. Não importa o quanto sabemos do assunto tratado, às vezes, uma linha mal redigida pode levar outros a entenderem a idéia de forma errada.
Dificilmente eu tenho uma idéia para alguma letra sem que a harmonia e a melodia surjam. Como na maioria das vezes estou com o violão do meu lado, acabo pegando e tentando adaptar o que escrevi a uma seqüência de acordes básica. Aqui a coisa fica um pouco mais complicada, pois é necessário criar algo totalmente diferente de todas as músicas que você já compôs e ainda das músicas que você já ouviu. Na tentativa de chegar a esse “algo novo”, eu faço duas coisas que, na verdade, são bem estúpidas, mas ajudam a não ser repetitivo: em primeiro lugar, começo a trabalhar em uma tonalidade na qual eu ainda não tenha escrito nada ou, se já escrevi, procuro variar no restante da harmonia. Em segundo lugar, começo a compor já com o Capotraste, conseguindo assim uma sonoridade diferente da habitual.
Nesse momento, pode ser que você julgue necessário realizar algumas modificações na letra para melhor adaptação métrica da mesma. Não fique preocupado, e encare isso como um desafio. Na verdade, poucas vezes eu pude deixar a letra como estava na primeira versão, mesmo que a mesma já tivesse melodia e harmonia prontas. Uma boa métrica ajuda a canção a ser mais “cantável” e portanto, mas assimilável. Tenha sempre isso em mente.
Talvez eu tenha mais a dizer sobre isso um outro dia, mas no momento, essas são, basicamente, as formas pelas quais inicio meu processo de composição.
Um grande abraço a todos.
Eduardo Mano
1 Comments:
Valeu Duda!
Show de bola o texto...
Como sempre claro e objetivo...
Value pelas dicas!
Abraços,
Dilon
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