Cristianismo e o mundo ao nosso redor, 2
O que nos torna cristãos? O que nos separa dos outros grupos religiosos que temos ao nosso redor? O assistencialismo e a justiça social são, de fato, a melhor forma de vivermos o que cremos? Se Jesus fosse filho de José, e não de Deus, faria alguma diferença?
Todas as perguntas acima giram em torno da pessoa ou das palavras de Cristo. Saber respondê-las corretamente é essencial para vivermos de maneira digna e honrosa ao Evangelho que um dia nos foi pregado. Mesmo vivendo em um mundo supostamente pós-moderno, desapegado do espiritual, precisamos manter firmes nossas posições como santos e Igreja; não como bastiões ou guardiões de um reino em perigo (em especial pelo fato de nosso Rei não ter inimigos à Sua altura), mas sim como filhos que têm amor pelas palavras de Seu Pai.
O que nos torna cristãos é o mesmo que nos separa dos outros grupos: Cristo. Não vemos Cristo como um professor, profeta ou sábio mestre, mas sim como “Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só substância com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas”[1]. Começamos a enxergar Cristo desta forma através do testemunho de outros, mas a não ser que tenhamos uma experiência de fato com o Noivo, O conheceremos apenas de ouvir falar. Se O conhecemos apenas de ouvir falar, não houve transformação em nossas vidas, Seu amor não aquece nossos corações e Sua graça não encobre a multidão de nossos pecados. Cristo continua morto para nós, não conhecemos Sua vitória.
De igual forma, se concordamos que Cristo nasceu como qualquer outro humano, sendo filho de José e Maria, e não de Deus, Ele automaticamente deixa de ser Deus. Se Cristo não sofresse no Calvário o “castigo que nos traz a paz” (Isaías 53:5), e se após três dias morto não tornasse a viver, não precisaríamos dar muito crédito às suas palavras. Como disse C. S. Lewis, “Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo
Ter uma perspectiva correta acerca de quem Jesus é, e de quem nós somos por causa da obra redentora de Cristo, permite que abracemos o trabalho que Ele nos ordenou da forma correta. O assistencialismo e a justiça social não são, de fato, a melhor forma de vivermos aquilo que cremos, justamente por não refletirem plenamente nossa condição como filhos de Deus. Cristo não nos salvou por causa das obras que fizemos ou faremos, mas sim a despeito delas.
Solus Christus
Eduardo Mano
Continuação da Série "Como Iremos Mudar o Mundo".
Siga abaixo os textos anteriores:
1
[1] Trecho do Credo Niceno.
[2] C.S.Lewis, Cristianismo Puro e Simples (Martins Fones: São Paulo, 2005)
[3] John A. Kohler, III, Os Cristãos e as Boas Obras. http://www.monergismo.com/textos/obras/obras_kohler.htm
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home