13 setembro, 2005

Confissões

Deus às vezes nos deixa sem ação...

Ontem eu comecei a ler um livro: “Em Espírito e em Verdade, Cultivando o coração do Líder de Louvor e Adoração” (ou algo assim) do Andy Park, pastor e líder de adoração da Igreja Vineyard em North Langley, Canadá. Um livro muito bom, mas o título original é “To Know You More”, que é melhor que “Em Espírito e em Verdade” mas não cabe a mim decidir as traduções dos livros lançados no Brasil.

De qualquer maneira...

Eu comecei a ler o livro ontem. Li apenas o primeiro capítulo, onde ele conta sua experiência de início ministerial. Gostei muito. Mas me deixou com várias coisas (leia-se dúvidas) na cabeça.

Tudo, ao pé da letra, que ele viveu, sentiu, experimentou de pior em relação às vontades próprias, ego, soberba... eu me vi nisso. E fiquei sem palavras, literalmente. Tanto que no final do capítulo, ele diz que devemos ser como Davi no Salmo 131, versos 1 e 2:

“Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo em assuntos grandes e maravilhosos demais para mim. Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo.”
Mas a minha oração é bem diferente:
“Senhor, o meu coração é soberbo, e os meus olhos são altivos; me ocupo com assuntos grandes e maravilhosos demais para mim. Minh’alma não tem estado nem calma nem sossegada; qual criança faminta sobre o seio de sua mãe, qual criança insatisfeita está a minha alma para comigo.”

Constatei que após 12 anos de conversão e iguais 12 anos servindo a Deus (ou a mim mesmo) no Louvor, eu tenho me preocupado muito mais em fazer uma carreira do que abençoar e ser abençoado – mesmo que nesta loucura, Deus tenha reservado para mim momentos tão grandiosos em Sua Presença. Mas ainda assim, me senti sujo com esse pensamento.

Na preocupação por ser autêntico e desenvolver um estilo próprio, julguei os que iam na “crista da onda”, imitando aquilo que outros líderes e dirigentes faziam em suas ministrações. E isso não tem feito nada a mim a não ser me tornar uma pessoa áspera.

O fato é, embora ninguém me leve a sério ou acredite nisso, meu chamado se deu antes da “explosão” desse movimento de adoração que há no Brasil nos dias de hoje. É claro que na época havia grandes grupos de louvor, Igrejas empenhadas na adoração a Deus, gravadoras investindo pesado em marketing, mas simplesmente não havia ícones como há hoje. E para mim, compor canções de louvor e adoração a Deus foi muito natural, veio junto à minha conversão (mais uma identificação com o Andy Park).

Mas daí veio o pensamento perverso, a perda do foco principal. De 4, 5 anos para cá tenho tentado por minhas próprias forças me tornar algo, ser algo. O que era natural tornou-se artificial. E eu não estava reparando isso até pouco tempo atrás (não, isso não começou a me incomodar ontem, com a leitura do livro, embora possa ter parecido). Quanto mais tenho tentado me aproximar de Deus e conhecê-Lo mais, duplamente mais tenho visto o quão podre sou, e chego a me perguntar se meu estado depravado não é até mesmo pior ao que era antes de ser chamado para a Maravilhosa Luz do Senhor. Junto-me a Paulo, Lutero e Calvino ao dizer que, dos pecadores sou o mais imundo.

Deus já usou outras pessoas para confirmar meu chamado, e não tenho dúvida dele. Também não tenho dúvida de que Ele me ama e me usa apesar de mim mesmo. Minha única dúvida é quanto ao caminho que tenho andado se tenho buscado a glória minha ou a glória de Deus.

A princípio não vou alterar aquilo que tenho imaginado e compartilhado com alguns irmãos, pois creio ser de Deus. A questão é o que vou fazer depois disso. Peço a misericórdia de Deus sobre a minha vida e Sua providencial mão para me guiar sempre.

É isso. Se você tem alguma coisa a me dizer, sei lá, se Deus te tocar para me falar alguma coisa, me escreve (eduardomanomail.com), ou comenta aqui. Será muito bem vindo e ouvido em oração. Mas peço que orem por mim. Sempre.

No Amor de Deus Pai,

Duda

3 Comments:

Blogger Gustavo Nagel said...

Que bom que Deus tem te dito isso. O fato disso te incomodar há um tempo é bom, sinal de que você tem o Espírito habitando em você. É só lembrar que Deus corrige a quem ama.

Estarei orando por ti.

Abração.

12:07 PM  
Blogger Fabiano Valeriano said...

É cara...vc ainda não viu nada...esse livro tem me dado alguns tapas na cara...

Creio q o mais importante nisso tudo é que estamos desenvolvendo esse "filtro", ou seja, cada vez mais nos questionamos e nos avaliamos se estamos fazendo a coisa certa ou não...e particularmente eu acho fundamental para uma vida cristã.

É bom ver Deus falando contigo cara! É bom ver Deus abrindo seus olhos. É bom ver o seu quebrantamento e humilhação diante do Pai, pois isso me abençoa.

Porisso q eu t amo cara! : )
Fica com Deus!

2:16 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mano, você captou o sentimento. Existe uma áurea soprando esse tipo de pensamento ai, e eu tenho sido atingido por ele constantemente. Existe uma grande tentação hoje em dia, a de ser nEle quando Ele em mim, ou de ser eu mesmo quando Eu mesmo em mim achando que era pra Ele.

Fui abençoado! Continue escrevendo.

1:34 AM  

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