31 agosto, 2005

O quê há de errado

Sabe qual é o maior problema com a Adoração nos dias de hoje? Ela virou um fim, e não um meio.

O problema geral que cerca as Igrejas Evangélicas nos dias de hoje, na verdade, é o mesmo: tudo se tornou um fim, e não um meio. As Igrejas realizam congressos cada vez maiores e mais “volumosos” como um fim em si mesmo, e não como um meio de capacitar, trinar, discipular e nutrir líderes. CDs são gravados como um fim (como que diz: “trabalhamos tanto, e este é o resultado”) e não como um meio de proclamar a Palavra, apresentar o evangelho.

Creio que isso tem acontecido com a Adoração. Igrejas hoje têm se chamado de “a Igreja dos adoradores”, “celeiro de adoradores”, e por aí vai. Parece que querem dizer: “nós adoramos melhor que vocês”, ou “Deus ouve mais a nossa adoração que a sua”. Gravar CDs se torna um “esporte”, com campeonatos anuais e às vezes até mesmo semestrais.

Conheço poucos ministros que não têm essa mentalidade. Pessoas que se preocupam muito mais com a Glória de Deus que com as vendas de seus CDs, sendo que às vezes, nem mesmo CDs ainda eles tem. Não que lhes faltem músicas, não que lhes faltem oportunidades... só não se preocupam com isso.

Ao meu ver, existem duas Igrejas. Uma é a Igreja com I maiúsculo, Corpo de Cristo, incorruptível, salva e resgatada. A outra é a igreja com i minúsculo, prostituta, podre, decaída e moribunda, que se preocupa em se tornar conhecida, em crescer, em gravar CDs, em realizar congressos, em ter o melhor pastor, o melhor templo, o melhor som, o melhor ar-condicionado, as melhores cadeiras.

Qual igreja não é assim?

A igreja se torna, por vezes uma casa de espetáculos. E se eu disser que eu não gosto disso, vou estar mentindo. Claro que gosto de tocar numa igreja com som bom, boas acomodações, ar-condicionado na temperatura correta. Mas se isso for a condição principal que determinará se eu vou ou não tocar, ministrar em alguma igreja, isso me torna um prostituto da pior qualidade.

Graças a Deus por Ele ter me colocado ao lado de pessoas que não pensam assim, e por que as pessoas que eu mais admiro não são assim.

Nada de errado com CDs, congressos, livros, etc... desde que eles sejam um meio, e um meio sempre, nunca um fim.

Que O Senhor nos purifique de todo pecado, e que possamos trabalhar para fazer Seu Nome conhecido por todo o mundo, até que todo joelho se dobre e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a Glória de Deus Pai.

Abraços!

2 Comments:

Blogger Gustavo Nagel said...

É por aí. Esse espírito de competição tomou conta das nossas vidas. Me incluo nisso. E sabe o que é engraçado? E acho que tu experimenta isso também. Tenho meu trabalho secular, e, acabo vivendo, experimentando, observando as mesmas posturas tanto dentro quanto fora da igreja. Por um lado é frustrante, por outro, é maravilhoso encontrar um ou outro que luta contra a corrente.

No fundo, tá tudo uma merda. As pessoas estão sem referencial nenhum. Não há mais direfença entre um cristão e uma pessoa de outra fé, qualquer que seja. Todos os valores mundanos estão dominando os cristãos, com raras excessões.

Mas é difícil. Não to julgando ninguém não, nenhuma igreja...to falando de mim mesmo. É difícil.

Abração.

12:03 PM  
Blogger Fabiano Valeriano said...

o grande mandamento e a grande comissão nos faz equilibar a nossa vida em 5 coisas. Na verdade 4: comunhão, discipulado, evangelismo e serviço. Estas 4 coisas nos levam a uma vida de adoração.

Sinceramente eu tenho plena convicção de que enquanto as igrejas não praticarem essa verdade, serão igrejas "aleijadas", onde só a adoração é forte, ou só o evangelismo funciona, igrejas dirigidas por programações ou igrejas dirigidas por seus "donos", onde o fazer ou não fazer da igreja está de acordo com quem "manda" nela.

Essas igrejas acabam coibindo e atrofiando os dons das pessoas, onde as mesmas não podem dar 100% do que sabe fazerem, pra Deus.

Lamentável, mas...

2:50 PM  

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